quinta-feira, 12 de novembro de 2009

O Corpo


Os passos têm vindo de algum lugar, nunca das pernas (...), É simplesmente uma questão de quando é dança e quando não é. Onde começa? Tem de fato algo a ver com consciência. Com consciência corporal, e a maneira pela qual formamos as coisas. Mas então não precisa ter esse tipo de forma estética. Pode ter uma forma totalmente diferente e ainda Assim ser Dan ça, basicamente, quer se dizer algo que não pode ser dito, então faz-se um poema para que possa sentir o que se quer dizer. Então palavras, eu acho, são meios para um fim. (BAUSCH. 1984.)




As imagens provocadas tanto pelas esculturas de August Rodin e de Camille Claudel em conjunto com as imagens pesquisadas sobre a histeria nos fez pensar o corpo deste personagem de uma outra forma.O espetáculo não se construiria apenas pela palavra e sim por gestos e imagens que indicam uma situação, emoção ou determinar qual personagem estará presente em determinados momentos do espetáculo Camille Claudel.
Os personagens (os loucos) assumem outra postura ao viver Camille, Rodin, Rose (mulher de Rodin) ou Louise (mãe de Camille), surge então a pergunta, como Trabalharíamos essa diferença entre as personagens sutilmente? A troca teria que ser sutil, que se realizasse de maneira poética e sensível, então como no corpo do ator transparecer quem esta naquele momento vivendo a história apenas pelo corpo?
Iniciamos paralelamente às improvisações, em que a palavra era importante, improvisações corporais, muitas vezes estas fornecendo idéia e material para a escrita. Buscamos então a dança-teatro, termo que deriva do alemão Tanztheater e que está muito associado a coreógrafa alemã Pina Bausch, fomos buscar mais nas palavras e definições de Pina Bausch para o termo dança teatro do que na técnica de dança em si, critérios como certo ou errado não tem nenhuma importância no processo,pois Bausch incentiva cada bailarino a se posicionar individualmente com liberdade, sem qualquer tipo de censura .Pina Bausch afirma que essa característica,tão marcante em seu trabalho, de reconhecer o que há de pessoal e particular em cada bailarino, deve-se a Kurt Jooss, seu antigo mestre. O que alimentava o trabalho de Joss era o interesse pela personalidade singular de cada dançarino, que servia como material de criação do espetáculo. Procedendo da mesma forma,
Bausch defende a idéia de que o teatro é o espaço das subjetividades e das recordações. Mas, ao contrário do que se possa imaginar, não interessa à artista apenas a história pessoal do bailarino.As recordações trazidas à cena servem como iscas de recordações coletivas.
Entendíamos que além da voz é no gesto que se cria o personagem, através de signos gestuais substituem-se palavras. A Criação de um ato expressivo.O corpo é o principal veículo para a transmissão de emoções, idéias e sentimentos.


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