quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Camille Claudel - Vida e Obra

Modelo, amante, artista, rival e louca são, pois, sinônimos de uma mesma vida. A artista, nascida em oito de dezembro de 1864,em Villeneuve-sur-Fére, nos arredores de Paris é mais conhecida por sua vida atribulada que por seu trabalho. Camille foi muito incentivada pelo pai, Louis-Prosper Claudel , a se tornar artista, já sua mãe Louise Athanaise Cerveuaux, transferiu a Camille suas dificuldades emocionais, visto ser órfã aos três anos e a rejeitou ostensivamente.
Camille quando jovem obrigava seus irmãos a posarem para ela , seu pai, maravilhado com seu talento a apresentou ao Diretor da escola Nacional de Belas Artes, Paul Dubois. Ao chegar em Paris, com dezessete anos, ela passou a freqüentar a Academia Colarosse e alugou um ateliê, mas aos 19 anos, conhece Auguste Rodin, 24 anos mais velho que ela. Escultor já consagrado, que se torna seu mestre e amante, sendo ela a primeira mulher a quem o escultor deu aulas. Deste contato entre mestre e aprendiz, nasceu um relacionamento amoroso, no qual Camille e Rodin se influenciam um ao outro no desenvolvimento de seus estilos.


Camille

Rodin


Camille tornou-se uma importante colaboradora das obras de Rodin, com seus comentários, concepção de diversos trabalhos e sua exímia habilidade para esculpir partes das esculturas do mestre, tais como pés e mãos. Um amor ardente e secreto se prolongará por dez anos, muito embora Rodin nunca abandonará sua primeira amante, Rose Beuret, com a qual finalmente se casará em 1917.Camille vive certa efêmera fama, graças ao apoio de Rodin, expondo em salões e participando de tertúlias em casa de Mallarmé e de Jules Renard, admiradores de seu trabalho.
Quando Rodin retorna em definitivo e totalmente ao seu antigo amor, começa a tragédia de Camille, que se fecha em seu estúdio e se entrega a uma solidão obsessiva, caracterizada pela pobreza e pela ruína física e mental. Só sai às noites.
Frustrada em sua relação amorosa enfrentou sérias dificuldades como artista, pelo fato de ser mulher em uma sociedade e em um meio artístico essencialmente machista. Camille enfrentou a solidão, a frustração profissional, o preconceito e a pobreza.
Sua vida está relacionada à de Rodin até 1898, ano em que se separaram. A partir de 1906, Camille arremete contra sua própria obra, destruindo grande parte de sua produção, numa espécie de exorcismo, como uma forma de livrar-se daquilo que ainda a vinculava ao homem amado e com a obsessiva dor do abandono, gravado em cada uma de suas esculturas.Com o passar do tempo, foi desenvolvendo um distúrbio, que seria diagnosticado pela medicina da época como psicose paranóide, caracterizada por alucinações persecutórias. Ela acreditava ser vítima de um complô para destruí-la, cujo autor seria Rodin. Camille produziu intensamente, mas destruiu várias de suas obras, imaginando que Rodin ou um de seus comparsas as roubariam.














Rodin tenta vê-la, mas é rechaçado, transformando-se num inimigo perseguidor, dentro do delírio paranóico de Camille. Logo após a morte do pai, Camille foi internada pela mãe. Em 10 de março de 1913, por ordem de sua mãe e de seu irmão, ela é internada em um asilo de loucos em Ville-Evrard e, um ano depois, transferida para o hospital psiquiátrico de Montdevergues, que lhe dará abrigo até sua morte, trinta anos depois.
Não se encerra aí a tragédia de Camille. Sua mãe jamais irá visitá-la e rechaça, firmemente, o conselho dos médicos para levá-la de volta ao lar.
Seu irmão, Paul Claudel, além de próspero, fortalece-se politicamente, ao tornar-se embaixador da França. Não obstante, se nega, em 1933, a pagar-lhe uma pensão hospitalar. Nos 30 anos de internação, Paul a visita umas poucas vezes e nada faz para amenizar o sofrimento de Camille, apesar das cartas suplicantes que esta lhe envia, narrando as condições sub-humanas em que vive.
Rodin, por sua parte, envia-lhe algum dinheiro, expõe algumas das esculturas de Camille que sobreviveram à destruição, mas nada faz para liberá-la do hospital. De toda maneira, qualquer iniciativa sua seria obstada pela mãe de Camille, que o considera culpado pela ruína e loucura de sua filha.
Camille Claudel morre em sua prisão psiquiátrica em 1943, com a idade de 78 anos. Esquecida do mundo, morre sem glória, sendo enterrada, anonimamente, em uma vala comum.E se tudo e todos conspiraram contra seu ímpeto de artista e de mulher, seu esquecimento terá sido talvez a punição mais terrível e a causa do maior sofrimento.
Camille, mulher e artista, sofre de esquizofrenia paranóide, ao estudarmos os processos de esquizofrenia e loucuras do início do século XX nos deparamos com a histeria, as formas encontradas através de imagens de ataques de mulheres histéricas assemelhavam-se as formas trazidas pelas atrizes em laboratórios, a deformação tão presente no expressionismo, encontra-se nestes ataques, estudamos então, além da esquizofrenia, a histeria e suas formas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário